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Comunitas no jornal A Tribuna | Plano de longo prazo apresenta propostas de ampla estruturação urbana para Santos

Estudo do Instituto Jaime Lerner aponta soluções arquitetônicas em setores como habitação e ações para as zonas central e portuária Foi apresentado nessa sexta-feira (6) o estudo do Instituto Jaime Lerner com propostas de ampla estruturação urbana para Santos. Sugerem-se soluções arquitetônicas em áreas como habitação, intervenções na região central e expansão portuária, para se integrarem inovação e sustentabilidade. O projeto é ligado à Agenda Santos 500, e várias etapas só devem terminar em longo prazo. Para o prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), cujo mandato acaba em um ano, o próximo passo é “validar” as propostas com a sociedade. Barbosa afirma que é preciso assegurar que esse seja um projeto do Município, não de um governo, e tenha continuidade garantida. Arquitetos do escritório Jaime Lerner passaram meses em Santos para produzir o plano. O escritório de arquitetura curitibano – que esteve à frente de projetos urbanísticos em cidades como Porto Alegre (RS) e a própria capital paranaense – foi contratado em parceria com a Comunitas, uma organização que visa ajudar na melhoria de investimentos sociais. A Prefeitura diz não ter tido custos. Objetivos A revitalização da arquitetura, segundo a equipe envolvida na proposta, é uma forma de incentivar a economia criativa, o turismo e fortalecer o afeto que os santistas têm pela região. As ações se concentram na área central, abrangendo, principalmente, o Porto e a Bacia do Mercado Municipal. Mas também tem como outro pilar a Área Continental, para onde o estudo traça caminhos em busca da expansão portuária, de outras atividades econômicas e o fomento de atividades voltadas ao ecoturismo. Centro Na área central, são destacados três elementos principais: o Mercado e a Bacia das catraias; o parque do Valongo; e o Monte Serrat. No caso do Mercado, por exemplo, ele seria uma conexão cidade-porto, com o piso térreo se conectando com a praça d’água, criando-se um píer de embarque das catraias. O Monte Serrat ganharia importância maior como ponto turístico, e o Valongo, como espaço para espetáculos, a instalação de um cargueiro cultural e a revitalização dos armazéns, que seriam explorados com atividades de lazer e cultura. Na proposta apresentada na sexta-feira, aliás, o Terminal de Passageiros, atualmente no armazém 25 do Porto, seria transferido para o Valongo, para aquecer a circulação e permanência de pessoas na área. Área Continental “Valiosa reserva territorial do Município”. É assim que o arquiteto Jaime Lerner – que foi prefeito de Curitiba três vezes, entre as décadas de 1970 e 1990 – classifica a Área Continental de Santos. O estudo ressalta o pontencial túrístico ligado a questões históricas e culturais das comunidades, além da riqueza natural. O projeto também destaca a possibilidade da expansão do complexo portuário e industrial nessa área, observando-se e debatendo-se a legislação ambiental. Ideia é ligação entre comunidade e local onde vive Outra frente apresentada pelo projeto é na habitação. “A proposta é inovadora”, destaca Washington Bonfim, diretor do Programa Juntos, da Comunitas. Segundo ele, além de levar considerar questões geográficas e ambientais, também privilegia o vínculo das comunidades com seus espaços. Por isso, mais do que falar em remoção de famílias e no desafio de encontrar espaços para realocá-las, se propõe requalificar espaços e moradias. O estudo aponta três programas, denominados Morar Centro, Morar Palafitas e Morar Encostas. No Centro, a ideia é investir em quadras remodeladas e gerar múltiplas alternativas para múltiplos públicos, como aluguel e moradias de interesse social e residências universitárias. O Morar em Encostas é preservar as moradias que não estão em áreas de risco e construir espaços de lazer coletivos nas áreas estáveis. Nas palafitas, o intuito é oferecer infraestrutura. “Há passeios turísticos que levam pessoas para se hospedarem em construções erguidas sobre palafitas. A ideia é dar estrutura e segurança a essas habitações, preservando o vínculo das pessoas”, avalia WashingtonBonfim. O projeto ainda prevê espaço para a vida comunitária, equipamentos públicos, espaços embrionários para geração de emprego e de respiro para a própria natureza. Compromisso Para que o projeto saia do papel, o prefeito Paulo Alexandre reforça que ele precisa ser encarado como um projetoda Cidade. Segundo o prefeito, apesar de ser um plano que precisa de tempo para ser assimilado e concretizado, algumas ações podem garantir a base para que ele deslanche. “Muito da estruturação para a realização deste projeto precisa acontecer com leis. E nós já começamos a trabalhar nisso”, afirma, citando a questão da parceria público-privada para iluminação pública, o projeto de lei que prevê isenção fiscal para investimentos no Centro (em análise), e a destinação de verba para obras do Alegra Centro, com base em outorgas onerosas – licenças, mediante pagamento, para a construção além de limites legais.   Postado originalmente no jornal A Tribuna.

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